Há muito, muito tempo, eu e um primo estávamos dormindo na casa do vovô e da vovó durante o fim de semana, era algo que vivíamos a fazer naquela época, bons tempos, um tanto mais simples que os de hoje em dia.
Houve, então, um dia no qual o vovô nos acordou, consideravelmente, mais cedo do que o normal, disse “Nós vamos à praia hoje” e nós, crianças de sete e oito anos, saltamos para fora da cama no mesmo instante, arrumamo-nos depressa, entramos no ônibus e para a praia a nossa tríade — vovó ficou em casa para preparar o almoço, nossa, a comida dela era boa demais! — partiu.
Embora não seja sabido por muitos, eu desde pequenino tenho certo interesse para com arquitetura, de tal modo que uma das minhas maiores diversões quando ia à praia naquela época era sentar na areia e construir casas, igrejas, palácios, obeliscos, e, obviamente, castelos de areia.
Havia algo, no entanto, que, constantemente, causava-me frustração: a maré. Veja bem, por conta da localidade escolhida por mim para construir o meu castelo, toda vez em que a maré lançava água daquela praia de rio — sim, existem praias de rio, Mosqueiro é uma delas — em direção a areia, o meu castelo, infeliz construção, era demolido impiedosamente. Oh, mas que tragédia!
Felizmente, tal frustração nunca me impediu de continuar a erguer construções de areia não obstante da força e insensibilidade da maré, minha determinação permaneceu inabalada, algo que devo ao meu vovô...
Da primeira vez em que tive o meu castelo destruído, eu chorei e chorei e chorei, era pequeno, deveria ter uns quatro, talvez cinco anos, então — recordo-me perfeitamente desse episódio, se eu fechar os olhos, o revivo como se houvesse ocorrido ontem — vovô me tomou em seus braços, um abraço apertado, disse para eu parar de choradeira, porque, afinal, eu tinha (e ainda tenho) um par de mãos, as ferramentas necessárias para reerguer o meu castelo de areia quantas vezes eu quisesse.
Houve, então, um dia no qual o vovô nos acordou, consideravelmente, mais cedo do que o normal, disse “Nós vamos à praia hoje” e nós, crianças de sete e oito anos, saltamos para fora da cama no mesmo instante, arrumamo-nos depressa, entramos no ônibus e para a praia a nossa tríade — vovó ficou em casa para preparar o almoço, nossa, a comida dela era boa demais! — partiu.
Embora não seja sabido por muitos, eu desde pequenino tenho certo interesse para com arquitetura, de tal modo que uma das minhas maiores diversões quando ia à praia naquela época era sentar na areia e construir casas, igrejas, palácios, obeliscos, e, obviamente, castelos de areia.
Havia algo, no entanto, que, constantemente, causava-me frustração: a maré. Veja bem, por conta da localidade escolhida por mim para construir o meu castelo, toda vez em que a maré lançava água daquela praia de rio — sim, existem praias de rio, Mosqueiro é uma delas — em direção a areia, o meu castelo, infeliz construção, era demolido impiedosamente. Oh, mas que tragédia!
Felizmente, tal frustração nunca me impediu de continuar a erguer construções de areia não obstante da força e insensibilidade da maré, minha determinação permaneceu inabalada, algo que devo ao meu vovô...
Da primeira vez em que tive o meu castelo destruído, eu chorei e chorei e chorei, era pequeno, deveria ter uns quatro, talvez cinco anos, então — recordo-me perfeitamente desse episódio, se eu fechar os olhos, o revivo como se houvesse ocorrido ontem — vovô me tomou em seus braços, um abraço apertado, disse para eu parar de choradeira, porque, afinal, eu tinha (e ainda tenho) um par de mãos, as ferramentas necessárias para reerguer o meu castelo de areia quantas vezes eu quisesse.
O mundo é um lar de leões,
Quando for machucado, não abaixe sua cabeça,
Balance sua juba e ande orgulhosamente,
Um dia você tornar-se-á o Rei das Feras.
Quando for machucado, não abaixe sua cabeça,
Balance sua juba e ande orgulhosamente,
Um dia você tornar-se-á o Rei das Feras.
