''Chapeleiro Maluco''

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Sabe,
Eu nem sempre fui assim,
Houve uma época em que eu existia por uma razão,
Eu existia para proteger o meu mestre,
Para defendê-lo de tudo e de todos,
Para estraçalhar quem desejasse machucá-lo,
Para realizar suas ordens, independentemente, das dificuldades,

Sabe,
Eu nem sempre fui assim,
Houve uma época em que eu perdi a minha sanidade,
Eu existia unicamente para encontrar que pudesse me matar,
Para que eu pudesse sentir a adrenalina da batalha,
Para que eu pudesse dilacerar e ser dilacerado,
Para que eu pudesse encontrar alguém capaz de me conseguir a tão invejada paz de espírito,


Sabe,
Eu nem sempre fui assim,
Houve uma época em que eu fui ordenado ficar longe da luz,
Eu existia para esperar o dia em que me tornaria necessário outra vez,
Para, novamente, sentir o calor do dia,
Para, finalmente, escapar do frio dos esgotos,
Para, alegremente, ficar ao lado do meu mestre,

Sabe,
Eu nem sempre fui assim,
Houve uma época em que eu tinha um nome,
Oh, e que belo nome era!
Quer que eu lhe diga? Quer? Quer?

Ora, mil desculpas pela indelicadeza!
Em um lapso momentâneo, esqueci-me que você não pode falar,
Não enquanto houver essa mordaça em sua boca,
Hah, hah, hah,
Sinto muito, Srta. Meretriz, eu não posso retirar essa mordaça,
Você gritará e isso será bastante incômodo,
Sinto muito, sinto muito,
Oh, que indelicadeza!
Aqui estou eu,
Falando, falando, falando demais,
E cortando, cortando, cortando de menos,
Peço desculpas, muitas desculpas,
Sem mais demoras, mãos a obra!

Sabe,
Sabe qual era o meu nome? Sabe? Sabe? Não sabe?
Tudo bem, tudo bem,
Eu falarei, falarei, falarei, falarei,
O meu nome era...

O céu da minha cidade

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O céu da minha cidade,
É tão azul, e tão vasto,

O céu da minha cidade,
É tão sereno, e tão vazio,

O céu da minha cidade,
É tão silencioso, e tão enfadonho,

O céu da minha cidade,
É um que nada há para ver,

O céu da minha cidade,
Da minha cidade...
É um que eu gostaria de nunca mais ver.

Just a dream

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Sonhos, sonhos, sonhos… Pra mim uma das palavras mais misteriosas… Por quê? Ah, Não vai dizer que nunca se pergunta o que é sonhar?

Alguns dizem que sonhos são o que você deseja, outros dizem que é o que você procura, ou até mesmo teme… Pode parecer um pouco estranho pra quem me conhece pessoalmente, e muito mais estranho ainda pra quem não me conhece. Mas eu tenha minha própria teoria sobre os sonhos. Por favor, não faça perguntas, Aqui vai ela…

Sonhar é amar o que se odeia
Amar é sonhar com o que você tem
E paixão é sonhar acordado.

Já sonhei tanta coisa que nem me lembro mais,
Já sonhei com você, com seus cabelos negros e seus lábios sensíveis…
Já me vi em um sonho sem você, e acordei assustado.
Já me apaixonei por seu olhar
Ok, confesso já te odiei por me amar e por não me deixar sonhar com outras coisas…

Mas a verdade, é que eu sem querer – ou querendo – me apaixonei por você.
E agora se a noite você não aparece, eu me pergunto o que aconteceu, e sinto falta de te dizer.
Eu te amo, mesmo que você seja apenas um sonho maluco, garota.

You & Me

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"I’ll never marry; I’ll never wed
Nobody wants to kiss you
When you’re dead
Nobody wants to lie in bed with you
When your flesh is rotting"
-Daniel Johnston


I wanna be with you even after your flesh has already rotten

Fantasia

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Eu tenho uma sobrinha, ou melhor, o meu primo tem uma filha que eu considero como sendo minha sobrinha apesar de ela ser, tecnicamente, minha prima de segundo grau, enfim... Eu tenho uma sobrinha, ela ainda é uma criança, portanto ela acredita no Papai Noel, na Fada do Dente, no Coelhinho da Páscoa, etc, etc, ela acredita nessas mentirazinhas, nessa fantasia inocente. No futuro, alguém virá e contará para a verdade para ela, fá-la-á saber que nada disso existe, entretanto o aprendizado prático continuará lá — como assim “aprendizado prático”? Eu me refiro, logicamente, a capacidade de acreditar na fantasia, por ter crido nessas mentirinhas quando criança, ela poderá crer nas mentiras da vida adulta como Justiça, Misericórdia e Dever.

Antes de você, pessoa altamente moralista, me condenar por assumir que esses conceitos não passam de ilusões, responda-me: se eu pegar o Universo e moê-lo até transformá-lo no mais fino de todos os pós e separá-lo com o mais eficiente dos aparelhos para executar essa tarefa, poderei encontrar um átomo de Justiça, um átomo de Misericórdia, ou mesmo um átomo de Dever?

Humanos... Nós precisamos da fantasia para transformar um fragmento de um condrito carbonado aquecido pela entrada atmosférica em uma estrela cadente, para transformar uma entrada em um pedaço enorme de granito em uma caverna sombria assombrada por monstros...

Humanos... Nós precisamos da fantasia para ser humanos.