Fantasia

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Eu tenho uma sobrinha, ou melhor, o meu primo tem uma filha que eu considero como sendo minha sobrinha apesar de ela ser, tecnicamente, minha prima de segundo grau, enfim... Eu tenho uma sobrinha, ela ainda é uma criança, portanto ela acredita no Papai Noel, na Fada do Dente, no Coelhinho da Páscoa, etc, etc, ela acredita nessas mentirazinhas, nessa fantasia inocente. No futuro, alguém virá e contará para a verdade para ela, fá-la-á saber que nada disso existe, entretanto o aprendizado prático continuará lá — como assim “aprendizado prático”? Eu me refiro, logicamente, a capacidade de acreditar na fantasia, por ter crido nessas mentirinhas quando criança, ela poderá crer nas mentiras da vida adulta como Justiça, Misericórdia e Dever.

Antes de você, pessoa altamente moralista, me condenar por assumir que esses conceitos não passam de ilusões, responda-me: se eu pegar o Universo e moê-lo até transformá-lo no mais fino de todos os pós e separá-lo com o mais eficiente dos aparelhos para executar essa tarefa, poderei encontrar um átomo de Justiça, um átomo de Misericórdia, ou mesmo um átomo de Dever?

Humanos... Nós precisamos da fantasia para transformar um fragmento de um condrito carbonado aquecido pela entrada atmosférica em uma estrela cadente, para transformar uma entrada em um pedaço enorme de granito em uma caverna sombria assombrada por monstros...

Humanos... Nós precisamos da fantasia para ser humanos.

3 comentários:

Gabriela Freitas disse...

E essas fantasias são erradas? Não sei, não sei...

Felipe Cruz disse...

Eu creio que seja irrelevante classificar essas fantasias como sendo ou "certas" ou "erradas", qualquer que seja a denominação, não mudará o fato de que são fundamentais para a nossa existência.

Juliana Dias disse...

certo ou errado...sentimos a necessidade de acreditar em algo maior do que a gente.

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